Um soldado angolano morreu na região de Necuto, em Cabinda, durante uma emboscada perpetrada por guerrilheiros da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) contra uma patrulha das Forças Armadas de Angola (FAA).
S egundo fonte na FLEC, citada pela agência de notícias PNN, o ataque aconteceu no passado dia 20, quando um comando da guerrilha cabindesa efectuou uma emboscada contra uma patrulha das FAA que circulava junto à aldeia de Vito Novo na região de Necuto.
“A guerrilha conseguiu recuperar o material militar abandonado pelos soldados em fuga”, precisou a mesma fonte que confirmou que durante a operação morreu um soldado angolano.
A propósito do longo conflito em Cabinda, Alexandre Tati, presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda – Forças Armada de Cabinda (FLEC/FAC), disse em Agosto à PNN que a situação em Cabinda é o resultado de “um conflito inútil que não teve qualquer razão para existir”.
Alexandre Tati defende que se os tratados assinados por Portugal com as populações de Cabinda tivessem sido respeitados assim como o que estava patente nas Constituição portuguesas até 1975 e que distinguia Cabinda de Angola, o conflito em Cabinda nunca teria existido, por esse motivo, sublinha, a guerra no enclave é “um conflito inútil que não teve qualquer razão para existir”.
O líder da FLEC/FAC negava que a guerrilha estivesse inactiva em Cabinda tal como “a ocupação imagina ou pretende propagar” e explicava que o silêncio da resistência no terreno era “estratégico”. Segundo Alexandre Tati, em paralelo com as operações militares, a FLEC/FAC optou também pela multiplicação das acções diplomáticas com o objectivo de forçar Angola a negociar.
No entanto, “a vontade negocial do povo de Cabinda e da FLEC/FAC tem sido interpretada por Angola como uma fraqueza e isto conduziu o Governo angolano a manter uma postura de intransigência política que se verifica até este momento. Até hoje não surgiu qualquer solução política credível para o conflito”, lamentou Alexandre Tati.
O líder da guerrilha cabindesa considerava também imprudente que Angola publicite uma suposta “pacificação” do enclave que “podia pôr em risco a vida de estrangeiros” que não conhecem a real situação político-militar de Cabinda.
“Nós não estamos contra os estrangeiros em Cabinda, como não somos contra os interesses estrangeiros, simplesmente não aconselhamos que esses países enviem investimentos para Cabinda neste momento de instabilidade, não é prudente. Podem ser vítimas colaterais deste conflito”, alertou o líder da FLEC/FAC.